terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um estado


O estado líquido da cor dos teus olhos
Carrega safiras distantes de memórias vivas e brilhantes
A palpitar na solidez da minha alma…
Bem tento tentar não pensar mas não consigo.

Fui bruma na água que rega as árvores,
Constante noite nos olhos cegos que me respiram
Da alma a ansiedade calada de te ver
De te poder sequer tocar.

Em pedaços de vento rasguei o teu nome
Com a fúria da dor de não te ter.
Rasguei o teu nome em sinais de luz num vidro baço que me reflecte
Sempre da mesma maneira.

Sim
São os teus olhos cristais de vidro
Que me prendem a alma branca, sem cor
À espera que lhe activem a circulação.

Sim nesses olhos velejo
Nesse mar reflectido em céu infinito. Um céu sem nuvens.
Completo os ciclos do tempo que repousa nos meus ombros
Com lembranças de ti.

Meras palavras se apagam nas folhas verdes que vejo em jardins.
Jardins revoltos, talhados em pérolas de um simples suspiro ténue.
O suspiro que solto para nessa imensidão azul mergulhar,
Os teus líquidos olhos.

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