Linhas de fogo
Em pincéis movediços
Traçam caminhos sem destino do criador,
São lutas de côr sem voz nem som
São lágrimas caiadas dum desconhecido trovador.
Guerras perdidas em campos esquecidos
Sem causas visiveis, aparentes motivos,
Foi-se a razão com a sorte e a destreza
E no fim quem resta sem glória
Sou eu, a folha e a mesa.
Pintei de vermelho o respeito por ti
Com requintes de veludo e ternura carmim
Enfim, não soube como pintar na tela
Tanto ardor, tanta lágrima
Deixei a chuva lavar a minha aguarela.
Não sei pintar se pinto assim
Um pingo de tinta negro no fim
Agora que lembro afinal já sei
Aquilo que faltou para completar a tela
Foi o amor que tinha mas ainda assim não dei.
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